
Oógenese
Oogénese nos ovários
A oogénese é o processo no qual ocorre a formação dos óvulos nos ovários e tem inicio durante desenvolvimento embrionário da mulher. A oogénese divide-se em 4 fases:

- Fase da multiplicação- as oogónias (células germinativas) crescem, por mitose, aumentando o seu número. Estas são células diploides (2n).
- Fase do crescimento- Nesta fase as células germinativas crescem devido à interfase (síntese de proteínas e duplicação do DNA) e inicia-se a meiose I, no entanto, esta não passa da prófase. Chama-se a estas células oócito I (ou primário), ainda diploides. Existem cerca de 7 milhões de oócitos I no 5º mês de gestação, porém muitos degeneram (atresia folicular), sendo que até ao nascimento restam apenas cerca de 2 milhões. À sua volta surge uma camada de células foliculares, formando-se folículos primordiais por volta do 7º mês de gestação.
- Fase de repouso- Após a prófase, os folículos primordiais que contém os oócitos I, em prófase I, ficam em repouso até à puberdade, onde acabam a sua divisão celular. Mais uma vez, os folículos degeneram desde o nascimento, restando apenas 300 mil nos ovários aos 7 anos.
- Fase da maturação- Nesta fase ocorre a foliculogénese (evolução dos folículos), a finalização da meiose I e início da meiose II e a ovulação.
Foliculogénese

- Folículo primordial- Surgem durante a gestação. constituídos pelo oócito I envolvido por células foliculares.
- Folículo primário- Formado através do desenvolvimento das células foliculares do folículo primordial, que formam uma camada regular das mesmas.
- Folículo secundário- O contínuo crescimento das células foliculares formam a granulosa. No meio desta camada e do oócito I surge um revestimento transparente, a zona pelúcida (protege o gâmeta). Ocorre ainda a formação de outra camada, a teca, externa à zona pelúcida.
- Folículo terciário- A camada das células foliculares continua a aumentar, surgindo cavidades cheias de líquido na granulosa.
- Folículo de Graaf- As cavidades aumentam até se unirem numa só, a cavidade folicular. O oócito I cresce, retomando e concluindo a meiose I, formando o oócito II e outra célula- o primeiro glóbulo polar. No entanto, há uma desigualdade na repartição do citoplasma, fazendo com que o glóbulo polar seja mais pequeno, desintegrando-se a seguir. Com o aumento da cavidade folicular e do número das células foliculares, o folículo também aumenta, surgindo o Folículo madura (ou de Graaf).

O oócito II começa então a segunda divisão da meiose, mas apenas até à metáfase. As enzimas proteolíticas do folículo de Graaf, que se localiza próximo à parede do ovário, causam a rutura da camada de células foliculares e da parede. Ocorre a ovulação com a liberação do ovócito II para o exterior do ovário. O ovócito II, já fora do ovário, é captado pelas franjas da trompa de falópio, que o conduzem até ao útero. Caso não haja fecundação, este é degenerado. Caso contrário, o oócito II termina a meiose II, formando o óvulo e o segundo glóbulo polar. Mais uma vez, o glóbulo polar recebe menos citoplasma e degenera-se, visto que a sua função de garantir a formação uma célula haploide com grande reserva citoplásmica para assegurar o inicio do desenvolvimento de um novo ser acabou.
Os restos do folículo de Graaf permanecem no ovário, formando uma pequena cicatriz chamada corpo amarelo ou lúteo, que segrega hormonas e pode degenerar se não houver fecundação, ou ficar algum tempo se houver.
A formação dos gâmetas é essencial para a reprodução humana, e como compreende o fenómeno da meiose garante a diversidade de características. Na fecundação, quando 2 gâmetas se encontram aleatoriamente, promove também o aumento da diversidade. No entanto, a meiose ocasionalmente resulta em mudanças no número ou na estrutura dos cromossomas, embora esses erros sejam mais comuns nos gâmetas formados no período fértil mais tardio de uma mulher (ou seja, mais perto da menopausa). Como o ovócito está inativo desde a gestação, não conseguirá passar por processos de regulação e de reparação celular, aumentando as chances da ovulação tardia libertar um oócito II com anomalias.